José Bamóquina Zau sublinhou que do lado da Nigéria existem investidores com capitais próprios que querem fazer investimentos directos e a obrigação das entidades angolanas é abrir caminhos seguros para fluir os seus interesses empresariais.”O Access Bank do falecido investidor Herbert Wigwe já entrou e posicionou-se bem no mercado angolano.
Outras dezenas de empresas e investidores de alto calibre estão interessados e a nossa missão é viabilizar os seus investimentos”, reforçou. Rapidez nas decisões Em março deste ano o TPE enviou a Nigéria uma missão multissectorial dirigida pelo Ministro do Comércio, Rui de Oliveira Minguês e que integrou o Ministro da Agricultura e Florestas, Isaac Maria dos Anjos, o Secretário de Estado do MIREMPET, José Barroso, Administradores e Directores da Sonangol, ANPG, IRDP e IDA. A missão multissectorial do Governo explorou oportunidades de negócios e projecção de Parcerias Público-Privadas com o Grupo Dangote. Na mesa estiveram discussões à volta de propostas de entrada do Grupo Dangote no mercado angolano com aquisição directa de petróleo bruto, participações em campos petrolíferos maduros, venda de derivados de petróleo, gestão de refinarias de petróleo, bem com a transferência de know how especializado para projectos da indústria petro-química.“Quando falamos de investimentos directos, estamos a pedir maior abertura na exploração das agro-indústrias, cimenteiras, hidrocarbonetos e na transposição das experiencias da Nigéria no Conteúdo Local que é um segmento da cadeia de capacitação dos Recursos Humanos, criação de riqueza e de milionários nacionais”, enfatizou Zau.

De acordo com o diplomata, a segunda fase das negociações será realizada em Luanda, e espera que venham a ser assinados Memorandos de Entendimentos sobretudo para o fomento agrícola. Ele ressaltou que a banana do Bengo pode ser um dos maiores produtos a ser exportado para Nigéria e no sentido contrário o fornecimento de clinker para a produção de cimento, fertilizantes e polipropileno para cobrir o défice do mercado angolano. Muito dinheiro capitalizado “É necessário explorar mais o mercado nigeriano para que haja mais engajamento de empresários”, defendeu Zau.
O Embaixador realça o grande papel das Câmaras de Negócios na sua actuação em relação ao excesso de capitais nos bancos da África Ocidental que podem galvanizar os investimentos para a economia angolana. “É muito dinheiro capitalizado e adormecido na Banca”, advertiu. Ele pediu proactividade das instituições e dos empresários explicando que Angola é dos países mais estáveis e seguros da África Austral onde se pode investir com liberdade em todos os sectores da vida económica. Zau recorreu ao PDN que apresenta interessantes linhas orientadoras do Executivo para os desafios económicos à médio e longo prazos nos domínios da agro-indústria, fertilizantes, sistema logístico e outros itens cujas experiências da Nigéria e do Benin podem ser replicados em Angola e a baixou custo. Concluiu apelando a necessidade do reforço das frequências dos voos da Taag para cidades como Abuja e Port-harcourt (Nigéria) e Cotonou (Benin) para drenar centenas de passageiros em trânsito para diversas cidades da América do Sul.

PERFIL
José Bamóquina Zau é natural de Cabinda, casado com Carolina Zau e tem um agregado de cinco filhos. É filho de Daniel Bamóquina Zau e Josefina Zau, ambos naturais de Miconje. Formou-se em Direito. É Professor e quadro do Ministério do Interior na classe de Oficial Comissário. Desempenha actualmente a função de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário de Angola na República Federal da Nigéria, Benin, Níger e representante permanente na Comunidade Económica de Desenvolvimento dos Estados da África Ocidental – CEDEAO.
No seu perfil académico sobressai um mestrado em Direito Privado pela Faculdade de Direito da Universidade Marien Ngouabi em Brazzaville (1998); uma Licenciatura em Direito nas áreas Jurídico-Político-Económico (1996); Graduado na Academia Israelense de Segurança e Investigações em 2015 e titular de um diploma de bacaloureat em letras e línguas modernas, obtido no Liceu Vladmir Lénine em Dolisie. Foi Vice-Ministro do Interior de 2007 a 2012; Secretário de Estado do Ministério do Interior de 2012 a 2022 e Deputado à Assembleia Nacional eleito na Legislatura 2017-2022 pelo Círculo Nacional do MPLA.Fala Português, Francês, Inglês e alguns Idiomas africanos da Região Central.Como corolário do seu percurso político e diplomático, José Bamóquina Zau recebeu do Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, a medalha de ouro da condecoração do Jubileu dos 50 anos de independência de Angola, no dia três de julho.
Texto: Jorgina Manuela
Foto: Rogério Mpaka