O Presidente João Lourenço exortou, aos Estados-membros das Nações Unidas a concentrarem esforços na necessidade de ajudar a Organização a melhorar significativamente o seu funcionamento.
Por ocasião do 80.º aniversário da Organização das Nações Unidas (ONU), assinalado quinta-feira, o Presidente da República considerou que estes esforços implicam a assumpção do imperativo das reformas de alguns dos seus órgãos, especialmente o Conselho de Segurança.
“Tratando-se de uma questão complexa (a reforma do Conselho de Segurança da ONU) deve ser encarada sem subjectivismos de nenhuma espécie, para que possa corresponder à configuração actual do mundo em que vivemos e passar a estar capaz de dar respostas adequadas aos grandes e intricados desafios com que se depara”, defendeu.
João Lourenço, insistiu que todos se devem empenhar na materialização deste “objectivo fundamental”, para “contribuirmos para o reforço do papel das Nações Unidas e para a reafirmação da sua legitimidade no contexto global actual, em que deve manter o seu vigor e tornar-se no principal facto de paz, estabilidade e segurança mundial”.
O Chefe de Estado lembrou que vivemos uma época de novos desafios no plano da defesa do ambiente, da paz e segurança universal, gestão sustentável dos recursos, no da garantia da segurança alimentar, da segurança energética, no da prevenção e combate às endemias e pandemias, cujos efeitos se repercutem rapidamente à escala global. Isso, disse, obriga a agir de forma concertada e cooperando entre as nações, colocando em evidência a relevância das Nações Unidas como centro de convergência de ideias, esforços, iniciativas e acção colectiva “para superarmos obstáculos e construirmos um mundo em que reine harmonia, o bem-estar e a concórdia”
Ao referir-se ao Dia da ONU, o Presidente João Lourenço, considerou que a efeméride é “uma oportunidade ideal para nos engajarmos numa reflexão conjunta sobre a trajectória da humanidade, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, apreciarmos os vários obstáculos que soubemos superar juntos e identificarmos os desafios que ainda temos pela frente, sem nunca perder de vista o principal objectivo que esteve na base da criação da Organização das Nações Unidas, designadamente o fim e prevenção das guerras e o estabelecimento definitivo da paz mundial”.
Na época da sua fundação, lembrou, as Nações Unidas inspiraram uma renovada esperança num futuro mais justo ao consagrar um modelo de diálogo entre os Estados, onde todos usufruíam do mesmo direito à palavra, independentemente da sua localização geográfica, do seu poderio económico-financeiro, desenvolvimento técnico-científico ou poderio militar.
João Lourenço reconheceu que, “transcorridas oito décadas, a ONU se foi robustecendo com novos membros, passando das 51 nações iniciais para as 193 actuais, o que a obrigou a evoluir e adaptar-se constantemente, para jogar um papel que foi crucial na resolução das muitas crises que o mundo enfrentou nos 80 anos da sua existência.”