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Egildo Ferraz Beu PCA da Real Express PCA

Egildo Ferraz Beu, empresário com mais de 20 anos de experiência no sector dos transportes, e Presidente do grupo do Real Express, fala da sua trajetória na área dos transportes inter-provincial. Começado o seu percurso profissional na empresa Macon, como trainee na área de manutenção, foi então se desenvolvendo e escalado em vários cargos técnicos e administrativos, até atingir o escalão de Director Geral Adjunto, tendo passado antes pelo cargo de Director de desenvolvimento e Operações da Macon, numa altura em que a transportadora começava a dar os seus primeiros passos para a exploração dos serviços inter-provincial, uma vez que até a data, a transportadora operava apenas no segmento urbano.

Egildo Beu, destacou que enquanto diretor de desenvolvimento, teve vários desafios, coordenando através da sua Direção, a politica de expansão que levou a transportadora Macon passar a operar nas províncias, “em 2006/2007 as coisas a nível do serviço urbano ficaram muito apertadas e houve a necessidade de redesenhar-se o projeto, porque até então, a empresa operava apenas em Luanda e tinha como foco os serviços urbanos, mas na medida em que o tempo foi passado as dificuldades foram aumentando, o negócio começou a tornar-se inviável do ponto de vista de rentabilidade, sobretudo pela excessiva dependência dos subsídios e os subsidiados ném sempre eram pagos nos prazos previstos, dando lugar a uma degradação acelerada da frota em função dos maus estados das vias mesmo dentro de Luanda.

“Então aquilo colocou um desafio a equipa de questão e houve a necessidade de mudança da visão relativamente ao negócio, teve de repensar-se e fazer uma nova aposta e migração do serviço urbano para o interprovincial como segmento prioritário, e a Direção de desenvolvimento teve um papel de destaque neste processo “criação de filiais e construção de terminais de embarque nas respetivas filiais, de formas a garantir um embarque e desembarque dos passageiros com maior segurança possível”.

O actual PCA da Real Express, ressalta a grande necessidade de análise das taxas aduaneiras pela vasta experiência no sector, realçado que, “devia se rever a questão da pauta aduaneiras e avaliar aquilo que são os encargos na hora de importar uma viatura de trabalho como é o caso dos autocarros, porque ela encarece o preço final! Ninguém importa um autocarro para passeio pessoal, para isso eu importo uma viatura para uso proprio, aí sim a história é diferente. “E isto tem tornado-se num verdadeiro calcanhar de aquiles, porque se eu quiser importar uma frota de 10 ou 15 autocarros, os encargos são muito elevados! O nosso país não fabrica esses meios, nós temos que trazê-lo de fora, então se eu estou a trazê-lo de fora para aliviar o sofrimento de quem precisa deslocar-se de um ponto para outro, quanto mais acessível forem as taxas, maior será a capacidade de compra e consequentemente a oferta para os utilizadores dos nossos serviços a um preço logicamente mais acessível… Então como é que podemos aumentar a capacidade de oferta sem importar? Precisamos importar, e quanto maior for a oferta, acredito que haverá proporcionalmente uma queda nos preços das tarifas.

“É uma questão que precisa se revista, pós somos empresários que prestamos um serviço público, na nossa modesta opinião, uma revisão ou redução das taxas aduaneiras para importação de autocarros a par do que acontece com os insumos agrícolas e outros, penso que seria uma mais-valia para o sector, e estimular os empresários a investirem mais no sector dos transportes, Realçou.

Ressaltando ainda o mau estado de conservação das vias, “a degradação das estradas tem atrasado muito o percurso das viagens causado assim constrangimento aos passageiros, a titulo de exemplo: As rotas Luanda/Benguela ou o troço Catete a Maria Teresa, apresenta uma precariedade que duplica o tempo de viagem, portanto, uma viagem que deveria acontecer num tempo estimado de 7 horas, no atual estado das vias, esta viagem pode demorar mais da metade do tempo previsto. Sabemos que são vias que estão a ser intervencionadas, por isso é que estão a ser desviadas, o que nós gostávamos de ver é uma coisa mais célere de maneira que este o período de intervenção não seja excessivamente longo… Se é duplicado o tempo de viagem pelo mau estado das vias, não se consegue fazer a quantidade de viagens programadas para um determinado período, logo essa viatura deixa de ter a rentabilidade desejável, portanto, isso tem uma incidência grande nossos números.”

Sendo o combustível a nossa principal matéria-prima, esta situação vemo-la com alguma preocupação, porque quando há alteração dos preços do combustível, mexe com toda uma estrutura de custos. “Agora vamos entrar no período de férias escolar onde a procura é maior, estamos preocupados com toda esta problemática! Todas as empresas hoje Vvivem o mesmo drama, é uma preocupação geral, pelo que, gostávamos de ver a situação de alguma forma resolvida no mas curto espaço de tempo possível. Acredito que é um desafio também para os nossos governantes ver a situação normalizada, por isso não podemos deixar de dizer o que realmente nos preocupa e gostaríamos de ver melhorado.”

Neste sentido, devemos realçar aqui três pontos: “A melhorias das vias, a construção de terminais rodoviarias e a revisão das taxas no processo de importação de autocarros. Afirmou

Por:Jorgina Manuela
Foto:Afonso Francisco

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