
O Fórum de Exploração Onshore 2025, promovido pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG). O evento, que se estende por dois dias, junta profissionais, especialistas e representantes de instituições públicas e privadas nacionais e internacionais, num espaço de debate técnico-científico dedicado à exploração em terra firme.A sessão de abertura foi marcada por intervenções institucionais, incluindo a do Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, seguida da apresentação de um vídeo sobre a história da exploração petrolífera em Angola. Os trabalhos decorreram ao longo do dia com sessões técnicas centradas nas bacias do Baixo Congo, Kwanza, Namibe, Kassanje e Etosha-Okavango, bem como em temas de relevância transversal para a exploração onshore.
Durante o primeiro dia, foram apresentados e discutidos temas estruturantes para o futuro do onshore angolano, como: Regulamentação da exploração em áreas sensíveis, com foco no equilíbrio entre actividade extractiva e preservação ambiental; Desafios de acessibilidade e logística, destacando a complexidade da geografia e infraestruturas nas regiões do interior; Questões fundiárias e o acesso à terra como factores críticos para o avanço dos projectos; Oportunidades emergentes e perspectivas económicas da exploração onshore, abordadas por técnicos da ANPG; A importância da revitalização de dados sísmicos legados e da utilização de novas tecnologias de aquisição e processamento, como instrumento de redução do risco exploratório e incremento da competitividade.
O Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo sublinhou o alinhamento da estratégia onshore com os objectivos nacionais: “Este Fórum é mais do que uma agenda técnica. É uma afirmação de posicionamento. É uma ponte entre o que sabemos e o que queremos descobrir. É um convite aberto a todos os que olham para Angola como um destino energético moderno, competitivo e seguro”, sublinhou.

O mesmo responsável acrescentou ainda que “os desafios da indústria não se limitam ao investimento. A fraca intensidade das actividades de exploração, visível na execução abaixo do esperado de vários programas de trabalho, é motivo de preocupação para o Executivo. Estamos, por isso, totalmente disponíveis para trabalhar em conjunto com os parceiros na mitigação dos constrangimentos identificados. Neste contexto, reafirmamos o nosso compromisso com a dinamização da actividade exploratória nos blocos terrestres das bacias do Baixo Congo, do Kwanza e nas bacias interiores – estas últimas representando uma nova fronteira de oportunidades. Acreditamos firmemente que as pequenas e médias empresas desempenharão um papel estratégico na criação de valor local, posicionando-se como protagonistas do crescimento e da inovação neste novo ciclo de exploração em Angola”. E concluiu dizendo: “Angola continuará a criar condições para facilitar o investimento, garantir segurança jurídica e promover um ambiente de negócios estável e mutuamente vantajoso. A nossa visão é clara: explorar com responsabilidade, crescer com sustentabilidade e inovar com consciência”.Segundo Paulino Jerónimo, Presidente do Conselho de Administração da ANPG: “Vivemos um tempo particularmente exigente. A actual taxa de reposição de reservas impõe acção imediata. A maturação dos campos tradicionais exige inovação contínua, nomeadamente através da produção incremental e da exploração nas zonas de desenvolvimento adjacente.

Neste cenário, torna-se imperioso que o avanço técnico seja acompanhado pela implementação de modelos contratuais mais inovadores, que tornem o investimento exploratório atrativo — sobretudo em zonas remotas e de difícil acesso, como as bacias interiores. É igualmente nosso compromisso que toda a actividade de prospecção e exploração se desenvolva no mais estrito respeito pelo ambiente e pelos ecossistemas, alinhada com os princípios da transição energética justa e sustentável.” O PCA da ANPG disse ainda que “ é neste espírito que, sob a coordenação do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) tem vindo a elaborar o novo Plano de Atribuição de Concessões 2026–2030, com o objectivo de acelerar o próximo ciclo de descobertas e consolidar Angola como destino preferencial de investimento exploratório em África”. Valor técnico e cooperação institucional, este fórum destaca-se ainda por promover uma abordagem multidisciplinar e colaborativa, reunindo representantes da ANPG, MIREMPET, MINAMB, empresas operadoras, prestadoras de serviços e instituições de pesquisa geocientífica. Esta convergência técnica tem como resultado a partilha de experiências, a harmonização de entendimentos regulamentares e o estímulo à inovação, com foco no aproveitamento eficiente e responsável dos recursos onshore. Foi também com base neste espírito de abordagem multidisciplinar que a ANPG procedeu à homenagem de figuras pioneiras da indústria petrolífera angolana nesta segunda edição do Fórum de Exploração.
Foram homenageados os engenheiros António Raposo, Jorge Abreu, Joaquim leite, Leonor Binga, Mvezi Maziano, Fernando Gonçalves, Eurico Seitas Pires, Alberto Jaime de Carvalho e Cesária Silva. Mas também o professor Eduardo Morais e o Presidente da ANPG, eng. Paulino jerónimo.
Texto: Jorgina Manuela
Foto: Rogério Mpaka