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Cristiano Monnerat de nacionalidade brasileira, reside em Angola a mais de 20 anos, conta-nos de sua experiência como empresário no sector financeiro. Onde já actuou em diferentes sectores empresariais, como a saúde, educação e actualmente está ligado ao sector das finanças em Angola.

Empresário, Cristiano Monnerat

Em entrevista exclusiva á Executivo, Cristiano Monnerat, ressalta os desafios ao investir no mercado angolano, e das várias oportunidades que o país oferece para investidores. Avançado que, “O meu primeiro emprego foi em uma empresa que prestava serviços na área de consultoria, em grandes empresas como de Café, em Fazendas, Coca-Cola, Globo, e várias outras marcas. A forma como esses negócios estavam bem estruturados foi sempre algo que deu-me muito prazer”.

“A minha formação foi sempre muito genérica, costumo dizer que entendo um pouco de tudo, não sou um grande especialista em nada, mas sou um grande generalista. E depois disso tive alguns bons empregos, trabalhado em outras empresas, até que chegou o momento que eu quis colocar aquele meu conhecimento em uso e com um pouco mais de liberdade. Achando eu que teria um pouco mais de liberdade empreendendo, mas empreendendo é muito mais difícil do que ser um funcionário”. Afirmou.

Cristiano Monnerat disse ainda que, “o que motivou-me a tornar-se um empresário, é pelo facto de considera-me um pouco aventureiro, pois venho de uma família em que todos trabalham na função pública no Brasil, e eu ser a exceção por gostar de finanças”.

“O maior desafio em minha trajetória, ou a grande dificuldade está no emocional, como gerir as expectativas de forma que me permite ter um planeamento que seja faquitivo, e eu sou um otimista por definição, então se eu estabelecer uma meta para alguma questão da empresa, uma meta de facturação por exemplo. “Essa meta tem de ser extremamente realista”. Realçou

Segundo Cristiano Monnerat, “Você não pode deixar o seu emocional influenciar, não só no atingimento das metas preconizadas, mais também na própria definição das metas, ou seja a forma como você vai agir caso não atingir aquela meta. Então eu acredito que a grande dificuldade do empreendedor, é ter os pés bem assentes no chão, sem deixar de sonhar, porque se eu não sonhar eu não seria um empreendedor, se não desejar mudar seja na vida pessoal, seja na vida profissional ou algum nicho de mercado se vier uma oportunidade no país onde está ou localidade onde trabalha eu não seria um empreendedor”.

O empresário do sector das finanças descreveu-nos ainda, detalhadamente como surgiu a criação do Bureau de crédito, projeto que foi traçado em 2019 em época de pandemia. “A Bureau é um sector que impacta em todos os segmentos de uma sociedade, como na Banca, nas empresas de Seguros, Ende, EPAL, no comercio e na indústria. Por que trazendo mais informação de crédito diminuiu os riscos e as taxas também baixam, as empresas que pedem um crédito a Banca, vão ter acesso alargado como existe menos riscos na concessão de crédito e mais empresas podem pegar um crédito á taxas melhores”.

Porque as taxas é proporcionalmente ao risco, havendo menos riscos as taxas é menor. Isto permite que os empresários tenham uma vida financeira mais equilibrada e vão dever menos, porque as parcelas são menores e podem produzir mais e contratar mais funcionários. Vendendo mais e contratado mais funcionários a renda conjunta cresce, porque uma parcela maior da população vai ter emprego, havendo uma renda conjunta maior, a população também vai consumir mais fazendo com que as empresas vendem mais”.

“Então vira-se um círculo de consumo que não para de crescer. Existem estatísticas internacionais mostrado que apartir do momento que um Bureau de crédito é criado em um determinado país a economia como um todo cresce com menos riscos. E isto é bom para todo mundo, faz com que as empresas crescem mais que a população seja mais empregada, e isso faz também que a população viva melhor. Porque se a população tem acesso ao crédito se eu consigo financiar aquisição de um terreno, construção de uma casa, compra de um carro, geleira, pagamento de água e energia, assim eu consigo que a população tenham uma qualidade de vida maior, então eu gero bem estar para a população e de facto este é o principal objetivo da existência de um Bureau de crédito”. Afirmou Cristiano Monnerat

Entretanto, através de um decreto presencial foi estabelecido às regras de funcionamento para criação do Bureau central privada de informação de crédito de Angola, dedicado a compilar dados sobre o histórico de consumo dos cidadãos angolanos.

Com principal propósito de fornecer as ferramentas para que as empresas, Conheçam e compreendam seus clientes, promovendo relacionamentos sólidos e aprimorando a capacidade de tomar decisões financeiras informadas, como oferecer opções de pagamento que se alinhem com a capacidade do consumidor. Isso, por sua vez, proporciona aos consumidores um acesso maior aos bens e serviços, com opções de pagamento que respeitam suas possibilidades financeiras.

O nosso core business é reunir informações sobre os hábitos de consumo dos cidadãos angolanos, constituído assim o banco de dados de Angola. Para que as empresas conheçam os seus clientes e os seus hábitos de consumo e assim comercializarem bens e serviços com a possibilidade de pagar á prestações, pós-pagamento, assim como, obter empréstimo para as empresas os benefícios é; O aumento da rentabilidade

  • Avaliação do risco
  • Tomada de decisão de crédito informação mitigação de fraude
  • Redução do incumprimento
  • Redução do malparado
  • Personalização de produtos. E para os consumidores:
  • Acesso ao crédito
  • Acesso a mais bens e serviços
  • Taxas de juros favoráveis
  • Melhores condições de vida.

As informações que alimentam o banco de dados do Bureau são partilhados pelos provedores e consumidas pelos assinantes do Bureau.

Provedores, “são empresas que detém de informações cadastrais e creditícias dos clientes e as enviam regularmente, alimentado o banco de dados do Bureau, tais como:

  • Instituições financeiras
  • Fundos e instalações públicas que concedem crédito
  • Seguradoras
  • Fornecedores de energia, água e gás
  • Telecomunicações
  • sociedades Comerciais
  • AGT
  • INSS
  • Notários
  • Registo de Garantias”

“Assinantes são empresas que consultam o banco de dados do Bureau para melhor conhecer os seus clientes antes de comercializarem bens e serviços com a possibilidade de pagar em prestações, pós-pagamento, assim como conceder empréstimos ou financiamento. E consumidor os cidadãos angolanos que ao ter os seus dados no Bureau constroem histórico de consumo, que lhes dará maior acesso a empréstimos e financiamentos, assim como, á aquisição de bens e serviços a possibilidade de pagar em prestações e pós-pagamento. E isso funciona de forma que a Bureu, analisa e processa dos dados recebidos por parte dos provedores e transforma essas informações em relatório de comportamento de crédito, os quais os assinantes poderão acessar antes de conceder bens e serviços pós-pago, á prestações, empréstimos ou financiamento aos seus clientes (Consumidores)”.

A relação entre instituições e clientes, o que não pode dar errado. Porque o Bureau lhe dará acesso, enquanto assinante, a informaçães muito relevantes , começado pelos dados cadastrais dos seus clientes. Os dados cadastrais é o ponto inicial para qualquer contacto que seja necessário fazer com o seu cliente, desde uma cobrança, a uma venda e até a uma oferta. Ter acesso aos dados cadastrais você poderá segmentá-los e assim personalizar ofertas para cada um deles de forma mais assertiva e menos arriscada para ambos. Isso não só aumentará a satisfação dos seus clientes como os retém (fidelização). Afirmou Cristiano Monnerat

“Você se sentirá muito mais confiante em comercializar os seus bens e serviços com modalidades de pagamento adequadas a capacidade do seu cliente ( pagamento em prestações e pós-pagamento), e até aprovar a concessão de um empréstimo ou financiamento, tudo isso de forma informada e com menos risco, o que fará com que crie uma relação consistente e de longo prazo”.

Cristino Monnerat realça ainda a grande relação do empreendedor com o dinheiro, “custa caro investir, e investimento não é certeza de retorno e o risco de investimento no empreendedorismo é maior. Se não tiver uma inteligência emocional para lhe dar com os erros e acertos, á mais probabilidade de errar do que acertar. Então todo empreendedor devia saber sobre literacia financeira, porque uma pessoa que não sabe lhe dar com dinheiro a nível pessoal também não vai conseguir lhe dar com a profissional”.

Actualmente o Bureau actua somente em Angola só pode actuar em Angola e não em outro país pela legislação em vigor.

Texto: Jorgina Manuela
Foto: Afonso Francisco

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